Assistência de Enfermagem aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2)


17.04.2020

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), sugere que a via de transmissão pessoa a pessoa do novo coronavírus (SARS-CoV-2) é por gotículas respiratórias ou contato. Dessa forma, os profissionais que mantêm contato próximo (dentro de 1 metro) com pacientes que tenham sintomas respiratórios (por exemplo, espirros, tosse, etc.) estão em risco de serem expostos a gotículas respiratórias potencialmente infecciosas.

Diante deste cenário, ressaltamos a importância dos profissionais de enfermagem que compõem a linha de frente no combate e controle da propagação do COVID 19, não apenas por sua capacidade técnica, mas também por constituírem o maior número de profissionais da área da saúde, e por ser a categoria profissional a permanecer na assistência direta ao paciente nas 24 horas, tornando evidente a necessidade de que a assistência prestada aos pacientes esteja fundamentada em um arcabouço técnico-teórico e aparelhada com os equipamentos e insumos indispensáveis para garantir a segurança dos profissionais e pacientes.

 

  1. Assistência de Enfermagem na Atenção Primária a Saúde
  • Paramentar-se com os EPI’s indicados ao atendimento direto ao paciente ou circulação e apoio à Unidade Básica (Anexo I);
  • Estabelecer triagem para pacientes com sintomas de síndrome gripal (febre maior ou igual a 38ºC, aferida ou referida, mais tosse ou dificuldade respiratória ou dor de garganta);
  • Conforme recomendado pelo Ministério da Saúde (MS), inseridos na triagem, terão alta prioridade as pessoas acima de 60 anos, imunossuprimidos (HIV+, transplantados, entre outros) pacientes com doenças crônicas, gestantes e puérperas;
  • Colocar máscara na pessoa antes e orientá-la a higienizar as mãos (ofertar álcool gel); A pessoa deve ser conduzida para uma área separada ou para uma sala específica visando o isolamento respiratório. A sala deve ser mantida com a porta fechada, janelas abertas e ar-condicionado desligado;
  • Caso o paciente apresente febre e tosse ou dificuldade respiratória (sem dispnéia ou sinais e sintomas de gravidade) ou dor de garganta e ausência de comorbidades descompensadas que contraindicam isolamento domiciliar, permanecerá em acompanhamento da equipe de saúde;
  • Notificar imediatamente, por meio do formulário Formsus2, através do link: http://bit.ly/notificaCOVID19;
  • O acompanhamento do paciente deve ser feito a cada 48 horas, seja frente a frente (realizar visita domiciliar com medidas de precaução de contato) ou preferencialmente por telefone, solicitando consulta presencial se necessidade de exame físico.
  • Caso apresentem sinais e sintomas de gravidade, a equipe da APS/ESF fica responsável pelo encaminhamento do paciente para o Centro de Referência.

 

  1. Atendimento pré-hospitalar móvel de urgência e remoções de casos suspeitos ou confirmados
  • Manter melhor ventilação do veículo;
  • Manter o paciente, durante todo o transporte com máscara cirúrgica;
  • Paramentar-se com os Equipamentos de Proteção Individual pertinentes, conforme indicado no Anexo I.
  • Limpar e desinfetar todas as superfícies internas do veículo após o transporte com álcool a 70%, hipoclorito de sódio ou outro desinfetante indicado para este fim;
  • Higienizar as mãos com álcool em gel ou água e sabonete líquido;
  • Notificar o serviço de destino sobre o transporte do paciente.

 

  1. Atendimento ambulatorial ou pronto atendimento (triagem)
  • Manter uso de EPI, conforme indicação (Anexo I);
  • A precaução padrão deve ser utilizada para todos os pacientes triados e precauções adicionais (para gotículas e contato) para casos suspeitos e confirmados de infecção pelo novo coronavírus;
  • Disponibilizar máscara cirúrgica para os pacientes suspeitos e acompanhantes e prover condições para higiene das mãos;
  • Não compartilhar itens com pacientes como canetas, pranchetas e telefones;
  • Se possível, organizar local separado e bem ventilado para a triagem de casos suspeitos, priorizando aqueles com queixas respiratórias;
  • Casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) devem permanecer preferencialmente em área separada até a consulta ou encaminhamento para o hospital (caso necessária a remoção do paciente);
  • Questionar todos os pacientes sobre sintomas ou contato com pacientes com o novo coronavírus (SARS-CoV-2);
  • Solicitar a limpeza e desinfecção das superfícies do consultório e de outros ambientes utilizados pelo paciente;
  • Realizar a limpeza e desinfecção de equipamentos e produtos para saúde que tenham sido utilizados na assistência ao paciente (estetoscópio, termômetro, entre outros);
  • Evitar tocar superfícies próximas ao paciente (ex. mobiliário e equipamentos para a saúde) e aquelas fora do ambiente próximo ao paciente, com luvas ou outros EPI contaminados ou com as mãos contaminadas.
  • Se houver necessidade de encaminhamento do paciente para outro serviço de saúde, sempre notificar previamente o serviço referenciado.

 

  1. Assistência à saúde em Ambiente Hospitalar
  • Os pacientes com sintomas de infecções respiratórias devem utilizar máscara cirúrgica ao chegar, até o isolamento, assim como durante remoções de uma área a outra;
  • A precaução padrão deve ser utilizada para todos os pacientes internados e precauções adicionais (para gotículas e contato) para casos suspeitos e confirmados de infecção pelo novo coronavírus;
  • Alguns procedimentos realizados em pacientes com infecção suspeita ou confirmada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) podem gerar aerossóis (como por exemplo, procedimentos que induzem a tosse, intubação ou aspiração traqueal, ventilação invasiva e não invasiva, ressuscitação cardiopulmonar, ventilação manual antes da intubação, indução de escarro, coletas de amostras nasotraqueais). Para esses casos, as Precauções para Gotículas devem ser substituídas pelas Precauções para Aerossóis;
  • Os procedimentos que podem gerar aerossóis devem ser realizados preferencialmente em uma unidade de isolamento respiratório com pressão negativa e filtro HEPA;
  • Caso não haja local para isolamento conforme supracitado, colocar o paciente em um quarto com portas fechadas (com janelas abertas) e restringir o número de profissionais durante estes procedimentos. Para tais procedimento, é obrigatório o uso da máscara de proteção respiratória (respirador particulado) com eficácia mínima na filtração de 95% de partículas de até 0,3µ (tipo N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3) pelos profissionais de saúde.

 

  1. Cuidados com o corpo após a morte
  • Permanecem as precauções padrão de controle de infecção e precauções baseadas na transmissão, durante os cuidados com o corpo;
  • Respeitar a dignidade dos mortos, sua cultura, religião, tradições e suas famílias;
  • Permanecer no quarto ou área de isolamento, apenas os profissionais necessários e todos devem utilizar óculos de proteção ou protetor facial, máscara cirúrgica, avental ou capote (impermeável, caso haja risco de contato com volumes de fluidos ou secreções corporais) e luvas de procedimento. Se os procedimentos puderem gerar aerossóis como na extubação, usar gorro e trocar a máscara cirúrgica pela máscara N95/PFF2 ou equivalente;
  • Higienizar as mãos com água e sabonete líquido OU álcool a 70% antes e depois da interação com o corpo e o meio ambiente.
  • Remover todos os dispositivos instalados no corpo, desinfetando e bloqueando os orifícios de drenagem de feridas e punção de cateter com cobertura impermeável;
  • Limpar as secreções nos orifícios orais e nasais com compressas;
  • Bloquear os orifícios naturais do cadáver (oral, nasal, retal) para evitar extravasamento de fluidos corporais;
  • Descartar imediatamente os resíduos perfurocortantes em recipientes rígidos, à prova de perfuração e vazamento e com o símbolo de resíduo infectante;
  • Acondicionar o corpo em saco impermeável, à prova de vazamento e selado. Desinfetar a superfície externa do saco com álcool líquido a 70º, solução clorada, ou outro saneante desinfetante regularizado pela Anvisa;
  • Identificar adequadamente o corpo, com a devida sinalização do risco biológico (COVID: Classe de Risco 3);

Orientar os cuidados e precauções ao profissional que removerá o corpo até o necrotério.

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